"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

sábado, 16 de janeiro de 2016

De coração para coração



Quando os lenços encobrirem o ciano,
Alvos lenços que acenam-te a saudade,
E o pranto não sanar, da alma, o dano;

Quando os teus olhos buscarem no infindo,
Lembranças que, no tempo, se perderam,
De um grande amor que já se fez findo;

Quando tudo o mais parecer perdido,
Busca-me! Busca por este coração
Que, em teu imo, deixaste escondido.

Busca-me nas entranhas do teu ser
E ouvirás a voz do meu coração
Que clama por ti, por este teu querer.

Verás olhos que pedem por teus olhos;
Negros olhos que bendizem teu olhar
E secarão o teu pranto no alvo folho.

Verás lábios sedentos por teus beijos;
Lábios que a ti só falarão do amor,
Das bênçãos do amor e do meu desejo.

E voltas pra mim, pra este coração!
Abraça-me e venha ser feliz,
Esquece o ontem, vem ouvir mi'a canção.

Verás que canção mais bela não há
Que esta que vem do meu coração,
De um grande amor que, tanto, tenho a dar.

Sonya Azevedo 
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