"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

domingo, 1 de maio de 2016

Flor do Amor


Ah! Pudesse eu, ao menos, colher
Dos sonhos a admirável terna flor
Que brota em canto escuro, tão sem cor,
Mas, que em seu fulgor, faz-me lha querer.

Só temo que ela venha a padecer
Minguando o fino talo e sem amor,
Deixando em meu peito estranha dor,
Tão grande dor que eu só quero esquecer.

Esse mar que há em mim, sai por meus olhos,
Vem doutra flor, a flor d'água que encobre
As dores, cria dos meus tristes restolhos.

Quisera eu acolher em alvos folhos,
De todas essas flores, a mais nobre:
A flor do amor que dista dos meus olhos.

Sonya Azevedo
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