"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

domingo, 30 de julho de 2017

Pena de Passarinho



A poesia me vem tal pena no ar
Bailando em calma que a brisa requer,
Solta da asa de um pássaro qualquer,
Em raras notas de noite sem luar.

Nos chiares das cigarras, a canção
Do choro do sax que em mi’ alma penetra.
Os versos se fazem no toar das letras,
Movidas p’lo pulsar do coração.

Tal o vaivém das ondas do mar ou
Quem sabe, das estrelas, o piscar,
Ela me diz tudo do verbo amar,
Sem importar onde a solidão parou.

Traz-me os verdes olhos da saudade
Que em rasos d’água banham-se em tristeza.
Fala-me também das tantas belezas
Da vida e do que é felicidade.

Leve, tão leve tal o sentir-se em paz,
Uma rajada de brisa a leva,
Voa lenta para que eu a escreva
E, ao ir-se, deixa uma pluma pra trás.

(Sonya Azevedo)
My Visitors