"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

domingo, 9 de dezembro de 2018

Sonhos Fugidios



Seduz-me com a leveza do bailar...
Um bailar de rasantes... de altos voos,
De gritos e mergulhos impulsivos
Em busca dos segredos deste mar...

Nessa mescla de azuis... Ah! Céu e mar!
Bordam-me as rendeiras alinhavos
De sonhos... Ah! Meus sonhos fugitivos
Sobreviventes deste tanto amar!

Busco-te, navegante do infinito,
Pelo vento do tempo onde saudade
É bailarina em asas de ilusão.

E em asas de ilusão, voam incógnitos
Os meus versos e toda a levidade
Que só o poeta coloca em sua canção.

(Sonya Azevedo)

Mar de Sedução



Imagina-me nas rendas
que se desenrolam
desnudando
os meus mais íntimos segredos,
molhando com meus sais
a seda de tuas dunas...

Imagina-me nesta pele azul
refletindo o dourado
dos meus desejos
que avançam brancos,
no branco dessa tua paz
que acalanta os meus sonhos...

Imagina-me este carmim
que dobra o infinito
e te leva os meus lábios úmidos
 desejosos do teu prazer.

Imagina essa inquietude
de sonhos e prazer 
que as rendas da ilusão,
anáguas bordadas de miragem,
levam-te em meus versos,
no balanço das ondas,
até o cais carnal
deste meu mar de sedução.

(Sonya Azevedo)

Réquiem para um Sonho



Sonho que se morre nos rumos
das vagas do alto mar,
náufrago dos abismos
desse tanto querer.

Ouço seu canto fúnebre
desenhado sobre as ondas
em notas sussurrantes
de vaivém de maré.

E vejo ondinas
que adornam de espumas
as longas fitas de pesar...

E entrelaçam por seus braços,
finos braços de nostalgia,
arrastados no embalar
de sua dança última
ao ritmo letárgico
do longínquo réquiem...

Único canto antes de partir;
antes de ir-se para todo o sempre
sem que asas bordadas
de esperança
se fizessem vivas
em meu coração!

(Sonya Azevedo)



domingo, 2 de setembro de 2018

Celebração



Beijo-te... Beijo-te porque te quero;
E quero-te no tudo que há em mim...
No mais profundo desse amor sem fim
Misto de um desejo que eu embebero.

Celebro-te pois te verso co' esmero
Na poesia onde tu reinas, enfim.
E, porque quero teus lábios carmim,
Deixo-me arder em fogo, enquanto espero...

Celebro-te ao verter o espumante,
No doce, amargo que nos traz a vida,
No querer-te mais que um simples amante!

E quero-te em todas as luas grávidas,
No despertar dos pássaros cantantes,
No silêncio da mi'a poesia sorvida!

(Sonya Azevedo)

Créditos:
Arte e formatação: ® by Sony
Tube: Gabry, LF, Cibi
No tuto

Grávida de Amor



Caminhas tal uma fogosa patinha
Levando no ventre um imenso amar...
Fulges tal prata em noites de luar
Que, ao mar, traz o brilho à sua bainha.

Levas contigo o veio da fartura!
Do seio jorra a seiva do nutrir,
No ventre, o melhor que se pode haurir,
O saber ser essa a mor aventura!

E grávida, tudo a formoseia,
Até mesmo o sentir do vil cansaço.
Deixas a alegria em cada passo
E, ao peito, a cisma de quem anseia.

Na ânsia infinda o tempo é lento;
Nem se nota o marco no relógio
Somente o insano desejo prodígio
De ter nos braços o amado rebento.

(Sonya Azevedo)


Créditos
Arte e formatação: ® by Sony
Tubes: Claudia Visa, Thafs
Tuto: Bea

Perdido Coração




Ah, coração, para onde te foste?
Ao lado de que vento pretendeste
Seguir? Ao vento sul ou noroeste?
Busca, em ti, a razão a que te recostes.

Ah, coração! Quieta este pulsar!
Esta saudade que, abraçar, tu teimas,
É fogo que arde, é lava que queima,
Não atrasa o tempo e sim o verbo amar.

A chuva que do céu cai vem de mi' alma,
Desta alma aprisionada a teu sentir.
Tal a saudade, não a prenda, deixe-a ir.
Verás, então, o sabor da paz, da calma.

Verás que asas em ti nascerão
E voarás por todo esse universo,
Terás doas astros os mais belos versos
Que, e só a ti, em poesia, se farão.

(Sonya Azevedo)


Créditos
Arte e formatação: ® by Sony
Tube: DBK, Sony, Gabry,
NoTuto.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Folhas Mortas



E vão-se as folhas de outono!
Ah! Viajantes, bailarinas do vento,
Livres tal já fora meu pensamento,
Ora preso à saudade que eu abono!

Ao infindo, o olhar, eu direciono...
Às folhas mortas, minhas asas no vento,
Levo o meu sentir e o meu intento
De ter-te em meus braços. Isso eu visiono

Com os olhos da poesia. Só assim, então,
Gravo nos rabiscos dos meus sentimentos.
Ah! Íntimos sentires do coração!

Tão triste faz-se a noite! Seu relento
Orvalhado em tanta emoção
Não sacia, em  mim, este seio sedento

Que padece em saudade, em ilusão
De sentir os teus lábios suculentos
Beijarem, co' ardor, a minha paixão.

(Sonya Azevedo)

Créditos
Arte e formatação: ® by Sony
TutoAzalee
No tut


Soneto estrambote

Assim te vejo



Não te imagino u'a negra vil serpente
Que co'os afiados dentes, o meu viço
Suga. Nem me tens no alagadiço,
Charco de vermes sedentos, querentes.

Vejo-te bela, doce, abnuente
à face que te pintam... Um castiço
De dama que faz da via um feitiço
E com o tempo se faz condizente.

Tu, bela dama, trazes rebuliço
Àqueles que, do amor, serão carentes,
Té da saudade... Isso fica cediço.

Mas, sei que, por Deus, tu vens a serviço.
Tens pesar em levar-nos de repente
Para dar à alma novo e eterno viço!

(Sonya Azevedo)

Réplica à poesia
Voz do Desequilíbrio Consciente
de autoria do Poeta Carioca


Créditos
Arte e formatação: ® by Sony
Tube: Anna Ridzi
Tuto Libellule



sábado, 7 de abril de 2018

Dança Comigo



Vem, toma as minhas mãos,
Envolve-me em seus braços,
Enleva-me aos espaços
Onde está a ilusão.

Deixa pulsar a emoção
Dos corpos em seus enlaços,
Do átimo e seus retraços
Levados ao coração.

Vem, vem e dança comigo,
Que este momento eu persigo
Na dança que é o meu sonho.

Vem, vem e dança comigo
Faz do seu corpo, o meu abrigo
Ao êxtase que eu exponho.

Vem, vem e dança comigo...

Sonya Azevedo



Créditos
Arte e formatação: ® by Sony
Tube: Azalee
No tuto


Soneto Estrambote





Pincéis do Amor



No tardio apagar da prataria
Em sonhos que inda estão a navegar
Tu me vens com o teu sereno ondear
Tal um artista a pincelar o dia.

E fazes do meu corpo a tua arte!
Orvalha-me a pele com o sal do amor.
Por toda a tela manuseias a cor,
Deixas que a maresia faça a sua parte.

Ao meu esboço, vais criando a vida
Inoculando-me o puro sentir
E fazendo-me, assim, bem atrevida!

E ao alisar-me co'as sedas do pincel
Trazendo-me as sensações do porvir,
Conduzes-me, por tuas mãos, ao meu céu!

Sonya Azevedo

sexta-feira, 9 de março de 2018

Esse Amor



Ah! Esse amor tão delicado,
Dias se faz tão complicado
Que é difícil entender!

Dias acorda irritado,
Dias é só beijo soprado
E dias é tanto querer!

Dias, de tudo, está cansado,
Até parece entediado
Com o novo alvorecer.

E à noite vem tão abrasado
Ansiando beijos molhados 
E o mais que se suceder...

Quando esse amor é pensado,
Vaivém de maré é lembrado,
O ir e vir de enlouquecer.

Mas, em toda essa loucura,
Sempre há o sabor de ternura
Que o faz permanecer.

Sonya Azevedo

O Canto do Albatroz



Escrevi teu nome nas espumas,
Alvas espumas do imenso mar.
Quiseram as ondas só algumas
E o teu nome largaram por lá.

Com todo zelo, trouxe-o ao rio.
Mas o rio não o queria por lá.
E o salgueiro, de tanto chorar,
Sangrou teu nome por desvario.

Coloquei-o no final da ponte
Crendo em embarcação que viria.
Mas o vendaval não aviria 
E forte o soprou ao horizonte.

E como, tão feliz, eu fiquei!
Seria o fim da imensa saudade
Que me faz sentir a ebriedade
Da ausência que não me acostumei.

Daí, ouvi, do albatroz, a canção...
Chorosa canção da soledade!
No bico teu nome, mi'a saudade
Tornando tudo ao meu coração.

Sonya Azevedo


sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Êxtase



São tantas as cicatrizes, as marcas,
Impressas na prata donde me vejo
Refletida... Ah! Mas ainda me cortejo
E sigo os sonhos que se vão nas barcas.

Hoje, vou-me pela vida sem pressa...
Abraço o tempo e a ele me alio.
Perdoar o passado é o mor desafio
Já que o futuro é somente promessa.

E sinto ainda o êxtase pela vida!
Abraço o mundo e os nacos de vida
Que ainda me sobram dos dias que me restam...

E como um poeta que jamais se olvida
De sua cria e em si a traz sorvida,
Brindo a esta vida que os anos atestam!

Sonya Azevedo


Amante



Ah! Rio-me pelos ventos dançarinos
Quando me vens em total transparência,
Quando teu corpo dança a mi'a cadência
Do ondear dos meus rios cristalinos.

Vens-me possuído deste olhar felino
A saciar-me a sede, a minha carência.
No teu corpo, perco-me da decência
E visto-me desse amor clandestino!

Os olhos da noite fazem-se cegos...
Mas as horas te despertam os sinos
Que badalam no leito que te espera.

E a mi'a noite segue sem teus afagos,
O meu peito chora o triste destino
De viver o amor em eterna espera!

Sonya Azevedo

Voos Noturnos



Esses teus olhos,
Doces olhos de mar,
Fazem florescer
Por meus poros,
As gotas de prazer.

Vêm do teu cheiro
Trazido pelas espumas,
Alvas espumas,
Espraiadas
Nas sementes
Da minha libido.

E a noite,
Traz-me o luar
Por testemunha,
Fazendo-me
Com seu pranto,
Um buquê de estrelas...

Pelos enrugados 
Dos cetins,
Lançam-se em voos,
Os nossos corpos
Entrelaçados,
Entre plumas e pétalas,
Em sublime 
Gozo do amor!

Sonya Azevedo

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Asas Desdobradas


Esses pontos brancos
na imensidão azul,
são minhas saudades
que se vão,
tais as gaivotas,
rumo ao sul.

Nessa migração,
vai também meu coração,
 levado,
em algum momento,
por meu pensamento.

E este meu pensar
desliza sobre o tempo
em que asas eu havia
para em teu peito pousar.

Hoje, as penas que voam
são asas desdobradas
que seguem seu rumo
e secam as gotas
 deste meu lembrar.

E essa saudade
segue firme
rumo ao infinito
onde tu,
em estrela,
se pôs a brilhar.

Sonya Azevedo


Talvez



Talvez, uma dúbia conotação...
Indecisa palavra de vaivém
Tais as ondas que desse mar provém
Ou via de acesso de dupla mão...

Dúvida... só faz mal ao coração!
É esperança que foge de alguém...
É futuro que o presente detém
É nó que nos ata o pé e a mão!

Quem me dera ouvir, por fim, um sim
Mais direto, quiçá, u'a negativa...
Sem alternativa, uma decisão.

Serenaria,então, meu coração
Que expõe, em sua face, a lágrima furtiva
Pelo amor e por um talvez sem fim.

Sonya Azevedo


Lua Vadia


Nessa sede que água não sacia
Vertem por meu olhos salsas gotas...
Dos lábios, o afã que não alivia,
No céu, um céu que já se desbota...

Essa lua que se desperta vadia
Traz-me, de ti, lembranças remotas
Que descansam mudas pelo dia
E gritam forte ao irem-se as gaivotas.

E os lábios meus pedem pelos teus,
O teu calor, o meu corpo implora,
Meu exílio entrego-o a Morfeu...

Saudade que, o meu peito, deflora...
E, a ter-te uma vez mais, embriago-me eu,
Deste desejo que o luar aflora!

Sonya Azevedo

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