"E, nos murmúrios do vento, vão-se os meus silêncios"" (Sonya Azevedo)

 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Amante



Ah! Rio-me pelos ventos dançarinos
Quando me vens em total transparência,
Quando teu corpo dança a mi'a cadência
Do ondear dos meus rios cristalinos.

Vens-me possuído deste olhar felino
A saciar-me a sede, a minha carência.
No teu corpo, perco-me da decência
E visto-me desse amor clandestino!

Os olhos da noite fazem-se cegos...
Mas as horas te despertam os sinos
Que badalam no leito que te espera.

E a mi'a noite segue sem teus afagos,
O meu peito chora o triste destino
De viver o amor em eterna espera!

Sonya Azevedo

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